A Crítica à República: Um Sistema de Ilusões e Contradições
A República, que em teoria nasce como governo do povo, pelo povo e para o povo, frequentemente se converte em um governo de facções, para facções, contra o povo. Os mecanismos republicanos, especialmente em sua versão presidencialista, são altamente suscetíveis ao populismo, ao clientelismo e à manipulação da opinião pública por grupos que dominam os meios de comunicação e os aparatos institucionais. Em vez de estabilidade, a República tem entregue ao mundo uma sucessão de crises políticas, golpes, escândalos e alternâncias abruptas de poder que pouco ou nada contribuem para o bem comum.
Na república moderna, os presidentes — eleitos por campanhas milionárias financiadas por interesses ocultos — tornam-se marionetes ou déspotas temporários, cuja missão não é governar com sabedoria, mas agradar suas bases eleitorais e patrocinadores. O ciclo vicioso da reeleição perpetua a demagogia, e a politicagem se sobrepõe à razão de Estado. Não há continuidade, não há projeto nacional, apenas slogans de campanha e disputas mesquinhas entre partidos que mais se assemelham a cartéis ideológicos do que a representantes legítimos do povo.
Ademais, a República perdeu sua conexão com a virtude cívica e a responsabilidade moral. Enquanto a monarquia — sobretudo a monarquia constitucional — vincula o destino da nação à figura de um soberano cuja formação e vida são dedicadas ao serviço da pátria, o regime republicano entrega esse papel nobre a indivíduos comuns, muitas vezes sem preparo, sem decoro e sem o menor compromisso com a posteridade. O chefe de Estado é descartável, um produto do marketing eleitoral, um nome em urna e nada mais.
A substituição da monarquia pela república, sobretudo em países latino-americanos como o Brasil, foi menos uma escolha do povo e mais um golpe arquitetado por elites militares, econômicas e intelectuais que viram na república uma forma mais conveniente de consolidar seu poder. No caso brasileiro, a Proclamação da República em 1889 foi um ato autoritário, realizado sem consulta popular, sem plebiscito e sem respaldo nas aspirações do povo brasileiro — que em sua maioria era monarquista e reconhecia a figura do Imperador Dom Pedro II como símbolo de estabilidade, moralidade e progresso.
Desde então, o que se viu foi uma sucessão de repúblicas falidas: a Velha República, marcada por fraudes eleitorais e mandonismo regional; a República populista, mergulhada em autoritarismos disfarçados; a República militar, que reprimiu liberdades civis; e a Nova República, que se vangloria de ser democrática, mas que se mostrou refém da corrupção sistêmica e de uma crise institucional permanente.
Em vez de unidade, a República promove a fragmentação. Em vez de continuidade, promove a ruptura. Em vez de responsabilidade, promove a impunidade. O republicanismo, que se apresenta como avanço civilizatório, não raro degenera em anarquia institucional e moral.
A monarquia, ao contrário, não é um regime de privilégios, mas de deveres. Ela representa a continuidade histórica, a identidade nacional e a estabilidade política. Um rei ou uma rainha não governa para agradar eleitores, mas para servir à Nação, sem precisar se rebaixar ao teatro eleitoral. A monarquia moderna pode perfeitamente conviver com instituições democráticas, como o Parlamento, a imprensa livre e a sociedade civil organizada. E mais: ela oferece ao povo um símbolo permanente, acima das disputas políticas, capaz de unir diferentes visões e proteger os valores nacionais.
Portanto, longe de ser o ápice do desenvolvimento político, a República se revelou, em muitos casos, uma construção artificial, sem raízes culturais profundas, guiada por interesses efêmeros e marcada por fracassos retumbantes. O retorno a uma monarquia constitucional moderna, com mecanismos de representação eficientes e instituições sólidas, não é um retrocesso, mas uma reconexão com a história, com a tradição e com a verdadeira vocação de muitos povos.
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