Castigo do Vaticano a padre pedófilo se restringe a 'uma vida de oração'




Harris abusou de uma dezena de crianças

O Vaticano condenou o padre americano Wallace Harris (foto) a somente uma “vida de oração e penitência”, embora ele tenha abusado de pelo menos uma dezena de crianças nos anos 80, de acordo com as vítimas. Em tese, todo sacerdote, pela natureza de seu ofício, tem de levar uma “vida de oração”, independentemente de ser ou não pedófilo.
A benevolência do castigo imposto a Harris tem sido criticada até dentro da igreja. O padre Robert Hoatson, por exemplo, disse que o Vaticano deveria afastar Harris do sacerdócio.

Pelo direito canônico, a pena mais grave é a excomunhão, mas ela nunca foi aplicada a um padre pedófilo, embora os casos de ataque a crianças por sacerdotes tarados estejam minando a credibilidade da Igreja em vários países, incluindo os Estados Unidos.

Harris foi pároco da Igreja de St. Charles Borromeo, no Harlem, e um dos organizadores da grande missa que o papa Bento 16 celebrou em 2008 nos Estados Unidos, no estádio dos Yankees. Na época, já havia rumores sobre a pedofilia de padre.

A igreja só afastou Harris de sua paróquia quando a investigação da Promotoria e o depoimento de vítimas começaram a vazar na imprensa. Alguns relatos davam conta de que ele, entre outras coisas, gostava de acariciar meninos na faixa de 10 anos que estudavam na Faculdade Cathedral, em Manhattan, da Igreja.

Harris era uma estrela em ascensão dentro da Igreja por causa de sua obra de caridade no Harlem. Era muito bem quisto pelos fiéis. O que tornou mais difícil para as vítimas sustentar suas acusações na Justiça.

Para Hoatson, as vítimas, pela coragem que tiveram de denunciar Harris, mereciam “algo mais” do que ter o seu algoz “condenado” a fazer orações.

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