Aborto







Ta aí um assunto delicado e que excita todos os tipos de reações normalmente apaixonadas de ambas as partes. Mesmo ja tendo entrado em algumas discussões sobre o assunto nunca escrevi nada a respeito e resolvi faze-lo agora


De um modo geral as pessoas têm preguiça de ler (e a internet propicia isso), então, a não ser que eu vá futuramente fazer um estudo realmente aprofundado, inclusive com pesquisas, dados estatísticos, relatos entre outros detalhes o texto apenas tem o objetivo de levantar em um único lugar vários tópicos relacionados.

Ainda assim infelizmente esse texto ficou grande, então vou me deter apenas em minha opinião mesmo. Nas idéias e não na materialidade. Portanto isso serve como advertência: É TENDENCIOSA.


Primeiro de tudo devo dizer que sou contra. hummm apesar algumas pessoas me deixarem pensando se não seria uma boa aprovar inclusive de alguns anos depois do parto... Enfim.

De qualquer forma sou contra por alguns motivos que para mim são básicos de mais. Primeiro não vivemos em um mundo pós apocalíptico com todos os tipos de escassez, nem com super população e com um planeta absolutamente exaurido nos seus recursos e capacidade de se reconstituir. E também sem qualquer base moral perdida em uma época esquecida e, portanto estamos todos copulando e dando-nos a copular. Pois o único mandamento que sobrou foi reproduzi-vos uns sobre os outros das sagradas escrituras do kama sutra.


Como esse cenário ainda não ocorreu não acho que seja uma medida desesperada para uma situação desesperadora.


Outro motivo é que "problema de saúde pública", meus caros representantes da saúde publica, definitivamente não é isso (o aborto) e sim a própria saúde pública que esta absolutamente abandonada pelos senhores. Além da educação, principalmente moral, pois o estado se mete na gestão familiar só gerando ainda mais problema.


Com isso eu quero dizer que liberar o aborto além das regras já existentes não resolve o problema. Continuaremos a ter mais e mais mulheres abortando e tendo problema com isso e nossa tal saúde publica vai continuar em estado terminal. Isso é inverter as coisas e tomar o caminho mais fácil e menos custoso. É medida de preguiçoso.

Existem pesquisas que comparam alguns dados interessantes (se é que da para confiar nessas pesquisas). Mas países onde é liberado o indice de abortos é pequeno. Isso se deve, pois antes de qualquer coisa o governo investe em itens importantes como educação. Faz isso no BraZil. Por isso eu digo e volto a dizer que é inverter as coisas.


Bom. Fala-se muito sobre a liberdade da mulher também. Concordo 100% que a mulher tem que ter sua liberdade sim. Agora engravidar significa fazer um upgrade da fase simples mulher e pular para a fase mãe que é uma adição a sua condição (coisa muito diferente do que ocorre com o homem quando vira pai). Se não quer fazer esse ajuste aja com responsabilidade.


Agir com irresponsabilidade mostra que você não tem capacidade de ser livre e torna as tuas ações dignas de censura e controle de alguém. Isso vale para tudo e para todos, portanto, para homens também. Além do que essa responsabilidade não é apenas da mulher, pois pelo menos até o momento não se engravida sozinha. Inclusive muitas parece querer engravidar com tantos que nem sequer sabem mais de quem é o pai. Sim, ta no direito. Se quiser saia e dê pra quem e quantos quiser, mas depois não reclame das conseqüências, pois tudo tem conseqüências. Dizer que não as conhece é uma absurda e completa falta de capacidade mental. Apenas saiba como se prevenir. Até porque se você engravida poderia retirar o filho, mas e se pegar uma doença (onde algumas são incuráveis e mortais)? Você vai virar-se para D´us e dizer que tem o direito de fazer o que quiser com o seu corpo e quer que ele retire a doença de você? Ser responsável realmente te da o direito a liberdade e evita muito problema.


Ser uma coisa ou outra (homem/mulher) implica em todas as vantagens e desvantagens de ser aquilo. Muitas são apenas diferenças e nada mais. Mas todas exigem se conhecer e saber o que acontece. Sexo além de bom, pode também trazer doenças (como ja comentei) e gravidez. Se hoje alguém não sabe disso é por que ainda não tem idade ou vive em uma caverna... e olha lá. Então use a sua liberdade da forma que quiser, muito homem vai agradecer, mas seja responsável.


Pois bem, o homem também tem responsabilidade sobre isso. A responsabilidade deve ser dividida e os pais (agora futuros avós) caso os infratores sejam menores, devem participar desse processo. Aborto nenhum deveria ser feito sem a decisão de todos os envolvidos. Ta bom, muitos homens são perfeitos idiotas para não dizer a maioria, mas e se o cara quiser criar? Fato que não é impossível e que inclusive existem casos. Por mais absurda que essa afirmação seja existem homens consciente.


Ocorre o contrario também; muita mulher decide ter a criança, mas a sociedade e familiares e o parceiro impõe o aborto. Interessante como que nessa hora a liberdade dela de querer ter o filho não vale nada. Em uma das leituras que fiz dizia que muitas mulheres que abortam nem sempre o fazem por conta própria, mas por pressão de envolvidos. Inclusive de movimentos pró. Mas o movimento pró não seria para garantir o direito DELA decidir?


Outro elemento que achei bastante interessante eu vi em uma roda de debate na TV e nunca vi alguém comentar isso, apesar de ser muito óbvio. Quando uma mulher entra na gestação o corpo dela vai mudar e muda muito. Antes que uma besta pensa na barriga e nos seios grandes isso é apenas a ponta do iceberg. Muita coisa muda internamente no seu ritmo biológico... um medico ou biólogo saberia explicar melhor.


Agora vamos fazer uma analogia. Pense em uma máquina que esta sendo ligada e para isso ela se monta, carregando sistemas encaixando peças umas nas outras entre outras tarefas que deve executar para finalmente executar a sua função. Agora imagine lá no meio do caminho você simplesmente tira o cabo de energia. Isso gera um problema gigantesco. O sistema não foi finalizado corretamente. No caso de um computador, por exemplo, quando desligado incorretamente eventualmente não sobe o sistema mais


É mais ou menos isso o que ocorre. Quando interrompemos a gestação a máquina biológica esta se preparando para receber outro ser vivo e mante-lo.


Bom. Imagina o impacto para a saúde da mulher. Além de estudos que indicam inclusive a possível relação entre o aborto e o aumento na probabilidade de se desenvolver câncer, muitas chegam a pensar em suicídio e não é apenas pela ressaca moral não. A mulher tem um comportamento bastante regulado pelos hormônios e uma ruptura dessas sempre é traumática, ela se fere muito não só fisicamente, mas também psicologicamente, psiquicamente. E estou falando de um procedimento “adequado” onde ela não passou por um açougue não credenciado. Estou falando do resultado inevitável de uma mulher que passou por um açougue credenciado mesmo.


Interessante que esse problema de saúde ninguém fala. Se virem depois me dizer que as clinicas serão equipadas para se fazer um procedimento o mais limpo e indolor possível e com acompanhamento psicológico adequado de qualidade com receitas médicas, repouso e tudo mais eu fico ainda mais aturdido. Se essa qualidade fosse HOJE ofertada a todas as mulheres de todas as idades para todo e qualquer procedimento que não fosse apenas matar o próprio filho provavelmente não teríamos tantos abortos pra começo de conversa. Por isso digo que é uma medida idiota. É dar liberdade a libertinagem.


Aí vem outra questão. Hoje se um casal “normal”, educado, moralmente equilibrado e economicamente ativo tem filhos resolve educá-los da forma que acha interessante dando eventualmente uma palmada (não espancamento, mas uma palmada) só falta serem presos, mas matar pode?


Mas então. Não acaba aí. Sim existem os casos excepcionais.


1- Crianças anencefalas. Ela vai fatalmente morrer de qualquer forma. Já vi casos onde a mãe mesmo assim teve a criança e depois doou os órgãos. Eu achei uma postura nobre. Mas não da para cobrar nobreza de tudo mundo. Nesse caso sou da opinião de que a decisão deve ser da mãe. Acho polêmico, mas estou tentando chegar a um meio termo.


2- Casos de estupro. É uma gravidez indesejada e forçada. O trauma para a mulher é violento. Mas nesses casos acho mais absurdo ainda que a gravidez prossiga para depois pensar em retirar. Em um caso como esse acho bastante plausível que a mulher procure as autoridades policiais e daí seja encaminhada para uma assistente que vai lhe auxiliar em todos os exames tanto de doenças quanto de gravidez (se é que da para saber tão rápido) dando fim a ela não apenas dias depois, mas horas depois. Se não da para saber usa-se o método da mesma forma para evitar. Mas é coisa de horas. Nada de esperar meses. Além disso, um estudo do impacto psicológico e um posterior tratamento. Essa sim seria uma ação correta. Claro, com a punição severa do estuprador. Existem casos mais complicados onde nem a criança, no caso do ataque de um pedófilo, onde normalmente o criminoso é parente, sabe o que esta acontecendo. Casos como esses devem ser analisados com muita cautela. Não importa o que se faça a menina vai sofrer algum trauma, mas ainda assim acho plausível apesar de achar discutível.


3- Risco de vida pra um ou ambos. Nem precisa dizer. A decisão, com assistência do médico dando todas as informações, é da família e especialmente da mulher, é claro.


Para mim isso resolve. Casos onde a pessoa é pobre de mais ou muito nova (quando n é vitima de crime) não justifica. Se o governo lixo que temos quer fazer algo eduque e melhore a condição social. Briguem por isso. E digo mais... eu corto meu saco fora se a maioria dos abortos não são feitos por pessoas que tem condições de criar. Nesse caso esse argumento não vale. Procedimentos clandestinos normalmente são caros e não é qualquer favelada que tem o dinheiro e esse tipo de pensamento.


Gravidez indesejada? Não sabe quem é o pai ou não queria agora? Tem o filho e depois doa. Ele deve ser dado a uma mulher que seja responsável e que tenha capacidade para ser também uma mãe e não uma simples fêmea. Ou a um homem caso o cara que comeu ela não seja apenas um macho da espécie desses que poderia ser trancafiado numa jaula com outras feras. “Ah, mas ela tem a liberdade de fazer o que quiser com o seu corpo”. Não vou repetir, vide alguns parágrafos acima.


Cada um desses pontos citados não só na lista dos permitidos, como outros, são dignos de estudos mais aprofundados, mas existem outros que quero citar.


Recentemente fiquei pensando em outra coisa. Isso parece uma espécie de eugenia econômico social. Vamos matar os indesejados antes que alcancem a luz. "A submissão a interesses mercadológicos de grupos médicos e empresas farmacológicas, a diminuição da população, o controle demográfico internacional. (¹)"...

Então. Vou dar dois exemplos reais de infelizes casos de futilidade. O primeiro infelizmente não posso dar nomes e sabe o motivo? Simplesmente por que foi proibida a divulgação. Será que é uma família influente e com grana?


O casal desejava ter filhos, mas a mulher tinha problema para engravidar. Ou o homem tinha algum problema, mas mesmo existindo muitos motivos para não se conseguir engravidar o assunto não é esse. Fizeram tratamento e eles finalmente conseguiram. O cara disse que queria apenas dois, mas sabe como é... Fato é que veio três. O cidadão simplesmente escolheu o que ele menos gostava e disse: “esse eu não quero, fiz planos para apenas dois e esse pode ficar com vocês.”


O legal dessa historia é que o juiz não apenas retirou esse dele como todos.


Aí eu pergunto a quem lê. O que um cara desses queria com filhos? Mostrar para todo mundo que tinha um pinto no meio das pernas e que era capaz de usar com resultado efetivo? Mostrar para o mundo uma família padrão aceita na sociedade como bem sucedida, mas que certamente não seria ele que criaria as crianças e sim uma ou mais babas?


O outro caso que lembrei foi relatado por um amigo meu. Ele trabalhava para pessoas de classe social bem elevada. Os finalmentes da historia é que uma mulher para a qual ele trabalhava reclamava muito para pagar um salário ridículo para uma baba que cuida do “maior patrimônio da vida dela” (palavras dele), mas para pagar mais de 5mil em uma bolsa achava até barato.


Será que se ela tivesse tido dois filhos ou mais ela ficaria apenas com o número desejado e mataria ou rejeitaria os outros? Como defender esses dois casos?


É por isso que eu penso assim. Temos três pontos de dois extremos.


1- Usamos da moral, correta, errada, arcaica, moderna ou sei la... para negar essa pratica pura e simplesmente sem dialogo independente de como ocorreu ou suas conseqüências.
2- Tentamos entrar em um meio termo que a meu ver os itens citados acima já contemplam isso.
3- Ou por ultimo liberamos de vez para que possamos matar independente do momento simplesmente com o argumento de que... Argumento? Para que?


Claro que existem outros pontos importantes. Uma vez fiquei observando essa questão e me toquei em uma situação que incomodou. Hoje se um adolescente de 17 anos mata, estupra, violenta, tortura e a culpa é da sociedade, nunca do verdadeiro criminoso, mas um humano no estado de feto pode ser morto mesmo sem ter feito nada. É uma inversão do ônus. Com o adolescente, mesmo ele sendo nitidamente culpado e ciente disso, a culpa lhe é retirada e imputada em uma coletividade impossível de punir. Mas no caso do feto a culpa é dos progenitores, mas lhe é imputada, pois ante de mais nada também é um ser que não se vê. Ou seja: mais uma vez é o ser humano retirando de si a culpa de seus atos e pregando em um coletivo que não pode responder, um deus que ninguém sabe se existe, um diabo idem ou um feto que ninguém vê e também não pode responder... e portanto não tem defesa ou escolha sobre o seu destino.


Quando o humano vai aprender a assumir a responsabilidade por seus atos?








Eu já ouvi falar até em aborto pós-parto. Chega a ser uma aberração. O argumento é de que a sociedade confere ao pequeno ser o cargo de humano. Aí eu me pergunto. Então os cachorros de rua deveriam ser tratados como mendigos? Os gatos que vivem com as madames em casa tendo conversas e sabendo de todas as aventuras e desilusões amorosas deveriam além de serem promovidos a humanos também a psicólogos ou terapeutas? Entre outros animais. A sim tem os papagaios que além de tudo falam e então poderiam ser também comunicadores.


Isso da gancho para outra questão: o que nos torna humanos ou em que momento o feto pode ser considerado como tal ou um bebe ou pessoa ou sei la?


Eu particularmente penso que isso ocorre no momento da concepção. Tenho essa visão, pois penso em termos de potencial. A vida toda somos um potencial de algo e esse processo começa lá no inicio quando o ovulo é fecundado pelo espermatozóide. Isso não pode ser antes como já vi pessoas “cultas” falando de ovulocidio ou espermocidio usando do argumento de que são celular usadas para se fazer um humano. Isso é de uma estupidez impar.


Uma mulher ovula naturalmente todos os meses e nesse caso estaria cometendo crime? Se o cidadão não ejacular uma hora vai ter uma polução noturna, pois a produção não para. É um criminoso natural ou não? E o caso dos justiceiros? E nos casos de sexo fora dos dias férteis? Você não precisa nem estar usando camisinha para causar um crime desses. Por isso também acho que a igreja católica erra em proibir a camisinha. Que diferença faz nesse caso? Ela serve para prevenir não apenas uma gravidez, mas também doenças. Não esta havendo nem mesmo um problema moral nesse caso, pois se não houve fecundação passa a não ter nada lá. Apenas células que naturalmente seriam expelidas.


Voltando. Uma celular isoladamente é apenas uma celular qualquer, não importa o quão importante ela seja, mas um óvulo fecundado é oura historia. Um óvulo sozinho não importa como você o cultive, ele nunca vai virar nada e o mesmo serve para qualquer outra coisa. O fato é que um óvulo fecundado deixa de ser apenas uma celular e começa a se dividir e dividir e essa massa vai aumentando e tomando forma. Nesse ponto é uma enormidade de possibilidades e a certa é que isso vai ser um ser humano pleno.


Ah... "Viu? Ele ainda não é, pois você mesmo falou que esta no futuro." Sim, mas observe que falei “pleno” também. E dês do inicio eu deixei claro que estou falando de possibilidades. Isso significa que ele pode não virar? Sim. Como? Sendo morto. Fora essa possibilidade fatalmente e necessariamente ele vai ser um humano homem ou mulher. Nesse processo passará por todas as fazes, feto, criança, adolescente, adulto, velho e morre...


Se você se acha no direito de interferir ou interromper esse processo no inicio porquê não em qualquer outra faze? A, aí virou um absurdo. Por que? Já não se fala em eutanásia? E pena de morte? Qual foi crime de um bebe? Ser economicamente inviável? Ser indesejável, pois não estava no planejamento? Ser deficiente? Ou o motivo pode ser clemência com um moribundo que sofrerá horrores em uma sociedade desigual que não pode criá-lo com amor e condições adequadas? Como se quem faz aborto normalmente não fossem pessoas que tem todos esses recursos... talvez não o amor. A, esqueci. O problema não é o feto e sim com quem não quer ter o trabalho.


Educação, investimento em saúde e políticas publicas eficientes voltadas especialmente para a população carente resolve o problema. O resto já pode ser previsto como permitido ou como proibido. Caso contrario acho hipocrisia ficar nessa briga. Libera de vez sem poréns... Acho errado, mas...


bom é claro que não tinha a intenção de esgotar o assunto. Foi apenas uma visão geral e especialmente a explanação da minha concepção das coisas. Até por que muitos não leram ou lerão esse texto inteiro e piora se for ainda maior.


E mesmo que digam que tenho essa idéia por ser homem e, portanto, é uma concepção já influenciada por idéias machistas, patriarcais e bla bla bla... existem muitas mulheres contra e muitos homens a favor. Nesse caso esse argumento não convence. Em também em momento algum entrei em papo de religião a não ser para criticar, então mais uma vez esse negocio não convence no meu caso.








Em um estudo mais profundo cada um desses pontos deve ser tratado com mais cautela, contendo inclusive a materialidade que retirei desse texto. Além de outros que não tratei como os métodos e tudo mais. Falo dos métodos não com a intenção de chocar, pois certamente são chocantes e alguém poderia dizer que isso é usado como recurso apelativo. Não. Como qualquer estudo profundo e imparcial (que não foi o caso desse texto) devem ser estudados todos os aspectos, mesmo por que se é aprovado é importante estudá-los para saber qual causa menos impacto à mulher e o mínimo de sofrimento ao bebe. Tudo é importante, mas a mídia que uso (internet) não permite estender muito e nem mesmo eu tenho capacidade para isso. É apenas a minha opinião.


Para finalizar é importantíssimo lembrar que não importa o que você escolha, todas terão conseqüências.

Comentários

Postagens mais visitadas