Mensagem de Natal de S.A.I.R D.Luiz de Orleans e Bragança
Chefe da Casa Imperial – De Jure Imperador do Brasil
Sua Alteza Imperial O príncipe do Brasil Dom Luiz, Chefe da Casa Imperial do Brasil
Na mensagem natalina deste ano de 2011, meu olhar volta-se já saudoso para a figura de minha querida Mãe, a quem Deus Nosso Senhor aprouve chamar a Si, no dia 13 de maio último. Os limites naturais destas breves linhas não comportam quanto afeto filial teria para externar.
Mamãe integrou o limitado número daquelas Princesas a quem o casamento conduziu a terras distantes. Não imaginava ela, por certo, em sua juventude na Baviera, passar a maior parte da vida, que muito longa seria, do outro lado do Atlântico.
Assim ocorreu pelo feliz consórcio com meu Pai, o Príncipe D.Pedro Henrique, numa união que atendeu judiciosamente aos interesses das duas Casas – Orleans e Bragança e Wittelsbach – e aos ditames de coração dos dois jovens Dinastas. Casando-se com o Chefe da Casa Imperial do Brasil, Mamãe passava a ter seu destino indissociavelmente ligado ao deste grande País, tornando-se Mãe dedicada e extremosa de doze príncipes brasileiros.
Chegada do exílio a Família, ao fim da II Guerra Mundial, o primeiro contato de Mamãe com seu “Novo Mundo” foi em Petrópolis, por breve tempo, seguindo de alguns anos no Rio de Janeiro, na placidez de uma casa na Urca. Em 1950 meu Pau estabeleceu-se como fazenderio no Norte do Paraná, então verdadeira terra da promissão que atraía brasileiros de todas as partes. Foi esse certamente o período mais marcante de nossa vida como família, aquele em que a identificação com o Brasil, definida pelo berço, mais se imprimiu em todos nós. Na metade dos anos sessenta, quando a maior parte dos filhos buscava o ensino superior, veio a mudança para Vassouras. Com a morte de meu Pai, em 1981, Mamãe passou a ser a alma do convívio familiar, que se ia dilatando pela chegada de muitos netos.
Na fotografia que escolhi para ilustrar este cartão, reluzem os predicados que tanto a caracterizavam: dignidade, grande distinção, brilho natural, sensibilidade, firmeza de caráter; atributos estes que se manifestavam nas mais variadas situações, desde a simplicidade da vida doméstica ao luzimento de salões do Rio ou de São Paulo. Sempre igual a si mesma, Mamãe deixou por todo o Brasil, em quantos a conheceram, funda impressão de afabilidade e autenticidade como Princesa.
Mas foi a fé, recebida de seus maiores, o dom mais precioso que transmitiu e inculcou em nós, seus filhos. Naturalmente bondosa, era igualmente firme quando estavam em jogo os princípios cristãos que constituem o fundamento da existência e do lar, bem como o cumprimento do dever.
Nas numerosíssimas mensagens recebidas por ocasião de seu falecimento, o pensamento mais presente – e que muito nos consolou – foi o de ter ele coincidido com o aniversário da primeira aparição de Nossa Senhora de Fátima, como a indicar o beneplácito de Deus Nosso Senhor em sua acolhida.
Recordando a figura afável, dedicada e piedosa de minha querida Mãe, neste Natal deposito confiante aos pés da Sagrada Família, uma prece filial por ela, bem como uma prece particular por toda a Família Imperial, por este Brasil que tão carinhosamente acolheu minha Mãe e por todos os brasileiros, especialmente os que aspiram à restauração das fibras mais autênticas da nacionalidade, nas vias da civilização cristã.
Luiz de Orleans e Bragança
ACI/BR – Revista Brava Gente BrasileiraSecretaria de Jornalismo e Comunicação
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