Não existe direita e não existe esquerda no Brasil
O que existe é um teatro fétido, encenado por cadáveres engravatados cujos sorrisos ainda tremem por espasmos de corrupção mal digerida. O Congresso Nacional é um útero necrosado: parindo a cada quatro anos aberrações revestidas de saliva populista, com olhos que giram como moedas em roleta de cassino. Os partidos são apenas peles diferentes para o mesmo verme. Alguns se pintam de azul, outros de vermelho mas todos se arrastam pelo mesmo esgoto, famintos pelo mesmo banquete. E o que se serve à mesa? Carne do povo. Ossos da esperança. Sangue das promessas. Enquanto o trabalhador mastiga o osso da aposentadoria e engole em seco a fome da educação pública, os parasitas do poder se banquetearam com verbas desviadas, cargos comissionados e imunidades parlamentares. O estômago da nação, outrora forte, está ulcerado. Vomita miséria em jantares de gala. Os juízes vestem togas costuradas com fios de impunidade. Os generais cochilam em seus bunkers de medalhas enquanto a favela sangra pela...